19 maio 2006

alexandre órion

"se minhas verdades parecem mentiras, por que uma mentira não pode parecer verdadeira?"
Visitei Metabiótica essa semana. Exposição composta por 19 obras produzidas desde 2001, que está em Brasília, na Caixa Cultural, até 21 de maio. Autoria de Alexandre Órion (artista plástico paulistano que começou a grafitar há 13 anos, e fotografava suas obras apenas para registrá-las, já que a chance de serem repintadas ou pixadas era grande) – a idéia e o resultado de seu trabalho são geniais. O que parece montagem é intervenção urbana aliada a uma longa espera para que o público interaja espontaneamente com suas obras, e por fim, o ‘click’, no momento preciso, que registra situações únicas e efêmeras. O que me lembra Cartier-Bresson, que dizia que a fotografia capta o momento decisivo, o instante, o gesto fugaz, a situação humana que perdida seria irrecuperável: “De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e transitório. Nós fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo capaz de fazê-las voltar. Não podemos revelar ou copiar a memória”.
Também adorei a definição de metabiose = “simbiose intermediária – condição na qual um organismo só vive depois que outro preparou o ambiente favorável e morreu”. Melhor definição para esse trabalho impossível, onde “pintura e fotografia dividem um mesmo ambiente como dois organismos inseparáveis e incompatíveis entre si”. Vale muito à pena.

3 comentários:

Maria Lopes disse...

ola fotógrafa!! Sou eu, sua amiga mais simpatica (leia-se Maria... hehehe)...
adorei esse seu texto, assim como a exposição, que esta fantastica né?!
bom, é isso, gostei do seu blog menina!! beijocas

The Sanity Inspector disse...

That's a funny pic!

photographie disse...

que bom que você curtiu Maria, a amiga simpática! hehe!